quinta-feira, 4 de maio de 2023

Políticas de Inclusão e Práticas Pedagógicas na Educação de Alunos Surdos: Programa de Bilinguismo de Niterói/RJ

 



RESUMO

Nesta tese de doutoramento foi realizado um estudo que investigou o Programa de Bilinguismo para alunos surdos no município de Niterói/RJ, tendo como lócus as Escolas Municipais Ernani Moreira Franco e Paulo Freire. O estudo se desenvolveu à luz da Teoria Crítica, com base nas questões: Considerando os mecanismos de controle social na educação escolar, a legislação vigente, as contradições entre o que é preconizado e o que é implementado e as políticas públicas de inclusão, como o município de Niterói, pela adoção do Programa de Bilinguismo, tem se estruturado em relação à demanda de educação e inclusão dos alunos surdos? O Atendimento Educacional Especializado/AEE, para alunos surdos, contribui na afirmação da LIBRAS tanto no desenvolvimento das estruturas cognitivas quanto na aquisição do conhecimento de alunos surdos? Com base nessas questões, este estudo avaliou o processo de inclusão e de organização pedagógica da educação de surdos nas referidas escolas e para tal foram estabelecidos os objetivos: caracterizar a estruturação política e a organização pedagógica da educação de alunos surdos no município de Niterói, considerando: O Programa de Bilinguismo, no âmbito das políticas públicas de educação, a língua de sinais/LIBRAS, a cultura surda e suas estratégias linguísticas e culturais nas escolas da Rede Municipal de Educação de Niterói; as estratégias pedagógicas, adotadas no Atendimento Educacional Especializado, considerado como um suporte à educação de alunos surdos na perspectiva inclusiva. Foi adotada a Teoria Crítica como suporte teóricometodológico, com ênfase no pensamento de Adorno quanto aos aspectos democráticos da educação, considerando a escola como lugar de reflexão e crítica às ações de dominação cultural, visando não permitir sua reprodução. Também foi considerado o pensamento de Skliar quanto à sua perspectiva de educação de alunos surdos que respeite as singularidades da língua e cultura da comunidade surda, assim como o bilinguismo, uma opção teóricometodológica de atendimento às demandas dos alunos surdos e de sua formação com base na Libras e na língua portuguesa. Quanto ao material e procedimentos de coleta de dados, foram realizadas observações no cotidiano escolar; análise documental; aplicação de questionários aos professores bilíngues em turmas bilíngues e em Salas de Recursos Multifuncionais, assim como aos professores de Libras das Escolas Municipais Ernani Moreira Franco e Paulo Freire, como também entrevista semiestruturada com a coordenadora de Educação Especial, Fundação Municipal de Niterói. Os resultados revelaram que o município de Niterói se organiza de maneira divergente ao que é proposto pelo MEC no atendimento de alunos surdos. Mas que as propostas implementadas fundamentam uma educação bilíngue com valorização da língua, identidade e cultura surda no atendimento das especificidades dos alunos surdos. Verificou-se tanto os desafios enfrentados pelas escolas como as conquistas em prol da educação democrática e inclusiva para alunos surdos, respeitando suas singularidades e promovendo a convivência com a diversidade humana.

Palavras-chave: Políticas Públicas de Inclusão; Educação de Alunos Surdos; Programa de Bilinguismo.




Educação bilíngue de alunos surdos: Experiências inclusivas na Escola Municipal Paulo Freire/Niterói/RJ

 



RESUMO

Educação bilíngue de alunos surdos: experiências inclusivas na Escola Municipal Paulo Freire/Niterói
Autora: Rosana Maria do Prado Luz Meireles
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valdelúcia Alves da Costa


O presente estudo foi realizado na Escola Municipal Paulo Freire, da Fundação Municipal de Educação, Niterói/RJ, tendo como objeto de estudo seu projeto de educação bilíngue/bicultural para alunos surdos. O estudo se desenvolveu considerando as questões: Quais as concepções político-filosóficas que fundamentam o Projeto de Educação Bilíngue da Escola Municipal Paulo Freire/ Niterói/RJ?; Qual a organização pedagógica do referido projeto?; Como se dão as relações interpessoais entre professores e alunos surdos e ouvintes na implementação do projeto?. Com base nessas questões, este estudo avaliou o processo de inclusão e de organização pedagógica da educação de surdos na referida escola e para tal foram estabelecidos os objetivos: Caracterizar o Projeto de Educação Bilíngue para alunos surdos na Escola Municipal Paulo Freire/Niterói no que se refere às concepções político-filosóficas para educação de alunos surdos; à organização pedagógica; às dinâmicas relacionais vividas no processo de inclusão e os desafios postos aos profissionais da escola na educação de alunos surdos; à centralidade da Língua Brasileira de Sinais/LIBRAS na aquisição, construção do conhecimento dos alunos surdos e na comunicação entre surdos e ouvintes. Foi adotada a teoria crítica como suporte teórico-metodológico, com ênfase no pensamento de Adorno quanto aos aspectos democráticos da educação, considerando a escola como lugar de reflexão e crítica às ações de dominação cultural, visando não permitir sua reprodução. Também foi considerado o pensamento de Skliar quanto à sua perspectiva de educação de alunos surdos que respeite as singularidades da língua e cultura da comunidade surda, assim como o bilingüismo, uma opção teórico-metodológica de atendimento às demandas dos alunos surdos e de sua formação com base na LIBRAS e a língua portuguesa. Quanto ao material e procedimentos de coleta de dados, foram realizadas observações no cotidiano escolar; análise documental; aplicação de questionários aos professores, agentes educacionais bilíngues surdos e equipe técnico-pedagógica da Escola Municipal Paulo Freire, como também entrevista semiestruturada com a coordenadora de Educação Especial, Fundação Municipal de Niterói. Além disso, foram analisados documentos que fundamentam o projeto estudado, como: Carta de Intenções da escola; Projeto inicial e de Educação Bilíngue para alunos surdos; Projeto posterior ampliado; e o documento de descrição sumária sobre o cargo de agente educacional bilíngue. Os resultados revelaram tanto os desafios enfrentados pela escola como as conquistas em prol da educação democrática e inclusiva para alunos surdos, respeitando suas singularidades no que se refere à língua, identidade e cultura como fundamentais em sua formação. 

Palavras-chaves: Educação bilíngue; Alunos surdos; Inclusão escolar.



quarta-feira, 3 de maio de 2023

É preciso estudar a violência escolar

Entrevista com o bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, José Leon Crochick


Há vinte e quatro anos, as notícias do massacre na Columbine High School, no Colorado, Estados Unidos, chocavam o mundo, provocando reações que colocaram a violência escolar no centro das discussões em vários países de forma definitiva. Desde então, o contexto, as razões e modos de prevenção da violência entre jovens, em particular nas escolas, têm sido temas de debates e de estudos. Recentemente, novos casos de violência e de ameaças em escolas brasileiras intensificaram a argumentação acerca desses assuntos no país, deixando pais, mães, professores, crianças e adolescentes assustados e exigindo ações efetivas de gestores das áreas de educação e de segurança pública.

O contexto em que ocorre a violência escolar e suas causas foram tema de ampla pesquisa, desenvolvida entre 2018 e 2021, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e que envolveu pesquisadores de oito estados brasileiros das regiões Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste, bem como estudiosos da Argentina, da Espanha, do México e de Portugal. Ao todo, as equipes coletaram dados de mais de 3 mil estudantes, de 89 escolas. Coordenado pelo bolsista de Produtividade em Pesquisa deste Conselho, professor sênior do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e professor do Programa de Pós-Graduação em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), José Leon Crochick, o estudo Violência Escolar: discriminação, bullying e responsabilidade avaliou a relação entre a educação inclusiva, o preconceito e a violência e tratou de um dos pontos mais relevantes quando se fala no assunto: a discriminação e o bullying entre os alunos.




sexta-feira, 28 de abril de 2023

Estudo da UFF defende a educação inclusiva como forma de enfrentar a violência nas escolas

 


O caso de homicídio da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morta por um aluno numa escola de SP na última semana, tem causado grande comoção social e levantado debates sobre o histórico brasileiro crescente de violência nas instituições de ensino. Segundo relatório entregue por doze especialistas em educação e extremismo no ano passado, 35 estudantes e professores foram assassinados em ataques a escolas no Brasil desde o início dos anos 2000. Além disso, o levantamento informa que ataques com armas de fogo praticados por alunos e ex-alunos, em geral, são normalmente associados ao bullying e exposição a situações violentas, incluindo negligências familiares, autoritarismo parental e conteúdo disseminado em redes sociais e aplicativos de trocas de mensagem.

Pensando em reverter esse quadro, o estudo “Violência Escolar: Discriminação, Bullying e Responsabilidade”, coordenado pela professora Valdelucia Alves da Costa, desde 2018, promove estudos, pesquisas, oficinas e palestras sobre a temática, visando a capacitação de professores, educadores e instituições de ensino. “Neste projeto, foi consolidada uma rede com 27 pesquisadores de diversas regiões do Brasil, sendo 12 de universidades públicas nacionais e quatro estrangeiras (Argentina, Espanha, México e Portugal), vinculados aos cursos de Pedagogia, Psicologia, Filosofia e Ciências Sociais. Neste estudo, foi avaliado o processo de implementação das Políticas Públicas de Educação Inclusiva no Município de Niterói, com base em cinco escolas públicas no que se refere à inclusão de estudantes que sofrem com a manifestação da violência expressa pelo bullying e o preconceito”, afirma.

A professora aponta que os resultados da pesquisa revelaram que a escola produz violência, com destaque para as regras disciplinares, nem sempre discutidas de maneira coletiva para que os estudantes entendam seu sentido e a necessidade do aprendizado para se orientarem e viverem em comunidade. A docente acredita que instituições de ensino precisam promover um clima que não amedronta, não se impõe pelo castigo e nem reprime a voz dos estudantes, que permita o exercício da autoridade docente de maneira a favorecer o encontro e a identificação dos estudantes.




domingo, 5 de fevereiro de 2023

Publicação na Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade

 É com grande alegria que compartilhamos a publicação do artigo entitulado "VIOLÊNCIA CONTRA ESTUDANTES COM DEFICÊNCIA EM SITUAÇÃO DE INCLUSÃO NA ESCOLA PÚBLICA" de autoria da Profa. Dra. Valdelúcia Alves da Costa (UFF) e Lívia de Lima Miranda (UFF).

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